Me entregando à maternidade por Luana Ouverney Simonson

Me entregando à maternidade por Luana Ouverney Simonson

Eu troquei a vida de trabalhar com figurino e viajar o mundo para me tornar mãe em tempo integral. Eu vivia cercada de pessoas o dia inteiro; pessoas criativas que estavam sempre compartilhando suas histórias loucas e divertidas comigo; hipnotizada pelo burburinho dos camarins, o barulho de máquinas de lavar e secar, bem como o sonido das minhas próprias ideias e produções criativas em que eu estava trabalhando todo mês. De repente, eu me deparei sozinha em uma casa de dois andares com um bebê.

A pandemia parecia ser algo sem fim enquanto eu aprendia o que significava ser mãe. Eu passei de confiante, uma das mais jovens e melhores no meu trabalho, a duvidar de mim mesma.

Tudo no meu novo papel era diferente e desconfortável. Está pra se inventar algo como um passo a passo ou um guia de como ser mãe. Eu me sentia sozinha, pois na maioria dos dias meu marido trabalhava e toda a minha família estava no Brasil.

Eu costumava ser emocionalmente estável e decidida no que fazia antes de me tornar mãe. Era difícil para mim pedir ajuda quando um bebê dependia de mim 24 horas por dia, 7 dias por semana. Minha liberdade foi por água abaixo.

Assim como o parto, quanto mais eu lutava, mais doía.  Senti falta do meu espaço pessoal, da minha rotina de exercícios. Sentia falta da destemida, incontrolável, workaholic e financeiramente independente Luana.  Por que precisamos estar produzindo financeiramente para nos sentirmos úteis? 

Eu não me entreguei à maternidade até abraçar a dor, abraçar a solidão, mas acima de tudo, abraçar a Luana que estava nascendo com o nascimento do Benjamin.

Com o meu bebê, veio o conforto, veio a forma mais pura de amor que já experienciei na minha vida. Depois de muito choro, muito apoio, meditação e leitura, finalmente percebi que quando nos tornamos mães, estamos fazendo o trabalho mais sagrado que poderíamos fazer: estamos criando o mundo que queremos ver no futuro.

Ainda é difícil acreditar que meu bebê Benjamin já fez um ano. E este foi de longe o ano mais desafiador e gratificante da minha vida. Eu sou muito grata por poder ter  dedicado 100% do meu tempo ao seu primeiro ano de vida. Agora, eu estou pronta para voltar a trabalhar e compartilhar minhas novas conquistas com ele.

A minha vida é este paradoxo de querer viajar o mundo mas querer criar raízes, a vontade de sair com as amigas e o contentamento de ficar em casa com a família, um misto de querer dividir o meu tempo entre a Luana-mãe e a Luana-criadora; dividida entre salvar o mundo ou desfrutá-lo… Mas de uma coisa eu tenho certeza: desde que eu seja gentil com meu próprio processo e a melhor mãe que eu puder ser, mais felizes nós dois seremos, porque eu sou a mãe que Benjamin escolheu ter e a minha vida não teria o menor sentido sem ele. 

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Introdução:

Eu conheci a Luana online através da minha primeira doula. Me sinto grata em poder tê-la ajudado através do meu curso online Good For Mama (talvez você possa falar mais sobre o curso aqui), que foi de grande apoio para ela durante toda a gravidez até o pós-parto.

Luana Ouverney é Coordenadora de Figurino e Fashion Stylist com pegada sustentável, encantada e intrigada com a arte de reciclar e retrabalhar peças vintage.

Nascida no Rio de Janeiro, mas criada internacionalmente, ela viveu e trabalhou em mais de 50 países ao redor do mundo. Atualmente sediada no sul da Flórida, mas prestes a voltar em turnê com o Cirque du Soleil, como chefe de figurino, desta vez com sua família.

Luana publicou o “Guia do Viajante Ecológico" em 2020, um guia onde compartilha sua experiência de manter um estilo de vida eco-friendly como viajante, que será publicado em português este ano, durante sua estadia no Brasil com o circo.

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